INÍCIO > À LUZ DA CADÊNCIA
         fernando almeida arquitetura música imagem texto
 
fernando almeida arquitetura música imagem texto

 

relógio solar, sundial, meridiana, analemmatos

 

À LUZ DA CADÊNCIA
A música na arquitetura
2005

Fernando Almeida

Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade Federal de Pernambuco

Orientação: Claudia Loureiro

 

Este trabalho trata da relação entre música e arquitetura, especialmente sobre como os princípios da primeira podem contribuir para o desenvolvimento de diretrizes compositivas na segunda. É uma abordagem que trata do projeto arquitetônico como um processo de transformação cuja materia prima prescinde da tangibilidade.

Os vínculos que aqui serão sugeridos não evocam qualquer hierarquia, o que inspiraria algum sistema de prioridades; sequer evocam qualquer espécie de fusão a ponto de tornar estas esferas artísticas indistintas entre si. Este trabalho discursa sobre uma síntese de princípios compositivos e estruturais presentes na música e na arquitetura.

Mas há razões suficientes para devotar tamanha atenção a uma tão subliminar interação entre tais manifestações da arte? Mesmo existindo essas razões, ainda assim seria possível sustentar esse argumento ultrapassando as conotações sociais, econômicas, tecnológicas e culturais, indissociavelmente ligadas à produção de arte?

A motivação para integrar música à arquitetura não é nova. Desde os primeiros momentos históricos da música ocidental – o que nos remete à antigüidade grega - esse vínculo mostrou-se, mais que um capricho, uma necessidade.

 

A necessidade de ordenar sob um preceito sublime tudo aquilo que fosse fruto construído da ciência humana.

O resgate deste tema não é mais que um convite ao questionamento sobre o compor arquitetônico e sua fundamentação. Aqui procura-se demonstrar como a semente compositiva prescinde do programático e do tectônico, a um tal ponto que ‘funde-se a’ e ‘transita por’ qualquer esfera artística. Este ponto de origem, aqui tomado na forma da peça musical, é um fenômeno artístico que, mesmo intocável e invisível, carrega subjetivamente em seu leito uma variada trama de códigos e regras sensíveis, de onde transparecem camadas, ordens, estruturas, e até mesmo cores e texturas.

A semelhança dos métodos compositivos da arquitetura e da música – o ordenamento de células espaciais e temporais – preservou-se ao longo dos anos, de tal modo que jamais foi contestada, senão enriquecida com o advento de novas tecnologias e especialmente da persistente e crescente tendência transdisciplinar dos meios de produção artística da sociedade ocidental.

A música, uma disciplina que por séculos foi tratada como científica e que hoje é tida como um evento inseparável da esfera das artes, é interpretada neste trabalho como a articulação consciente entre som e silêncio ao longo de

 

uma linha temporal, como uma poesia escrita em língua estranha e que há de ser decifrada.

A investigação sobre como alguns dos variados princípios compositivos musicais motivaram o desígnio arquitetônico ao longo da história - o que caracteriza o segundo capítulo deste trabalho - permitiu identificar lógicas compositivas de alguma forma semelhantes e passíveis de síntese, o que resultou na construção de um modelo de tradução entre a linguagem musical e a linguagem arquitetônica. Os terceiro, quarto e quinto capítulos demonstram gradativamente como esse modelo foi construído e aplicado no processo compositivo do Museu do Sol.

|

|

|

|

|

|

 
 e-mail fernando almeida contatoe-mail fernando almeida contatoe-mail fernando almeida contatoe-mail fernando almeida contatoe-mail fernando almeida contato