O objetivo deste artigo é discorrer sobre o processo de verticalização dos edifícios habitacionais pelo qual passa a cidade de Recife, atualmente. Nos últimos 50 anos a população recifense quase triplicou, ao passo que, por exemplo, o bairro de Boa Viagem aumentou a sua população em quase cinco vezes.
O mesmo pode-se dizer do número de domicílios, o que denota, junto a outros bairros tradicionais da cidade, que há uma rede de bairros de interesse especulativo para o mercado imobiliário. As novas torres de apartamentos vão, rapidamente, alastrando-se pela cidade, repercutindo em novas vias de trânsito, no surgimento de novas centralidades urbanas, na gentrificação de parques e praças públicas.
Constrói-se, pouco a pouco, uma cultura privada definidora de novos valores de consumo e imagem, estabelecendo novas barreiras sociais. Esta desmedida ocupação territorial maquinada pelas grandes construtoras e fomentada por estes novos grupos sociais causa, ao longo do tempo, danosas conseqüências ao meio ambiente, com sérias propensões à irreversibilidade.